A 4ª Vara do Trabalho de Uberlândia/MG decidiu recentemente um caso que chama a atenção para as condições de trabalho de sócio-educadores em unidades socioeducativas. Um socioeducador, que sofreu ferimentos ao tentar conter uma fuga em massa de adolescentes, teve seu pedido de indenização por danos morais e estéticos negado pelo tribunal.
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O incidente ocorreu quando o socioeducador, no cumprimento de suas funções, tentou escalar um muro na tentativa de impedir a fuga dos adolescentes sob sua supervisão. A queda resultante da tentativa deixou o reclamante com lesões que ele alega terem gerado sequelas físicas e psicológicas. No entanto, o juiz Marcelo Segato Morais concluiu que o acidente foi um evento fortuito, relacionado à natureza das atividades desempenhadas pelo socioeducador e que não houve falha de segurança ou negligência por parte da empresa.
Decisão Judicial e Argumentos
Durante o julgamento, o socioeducador sustentou que o ambiente de trabalho era perigoso e que a empregadora não forneceu condições adequadas de segurança. Entretanto, a defesa da empresa argumentou que os riscos enfrentados eram inerentes à função de socioeducador, função que frequentemente envolve lidar com situações de conflito e potencial perigo. A empresa destacou que o esforço do funcionário para escalar o muro foi uma iniciativa pessoal e não decorrente de falta de segurança ou planejamento do ambiente de trabalho.
A sentença destacou que, apesar do infortúnio do incidente, não havia evidência de que a empresa empregadora havia negligenciado suas obrigações de segurança laboral. Destacou-se também que a adoção de medidas de segurança adequadas estava em conformidade com as exigências do cargo de socioeducador. Como resultado, o magistrado Marcelo Segato Morais afirmou que o acidente não poderia resultar em condenação por danos morais ou estéticos.
Impacto na Condição dos Socioeducadores
Ainda que o pedido de indenização tenha sido negado, a sentença reconheceu o direito do socioeducador ao adicional de periculosidade devido à exposição a riscos em sua função. Isso destaca a natureza perigosa e desafiadora das condições de trabalho enfrentadas por esses profissionais, que desempenham um papel crucial na reabilitação e educação de jovens em conflito com a lei.
Este caso levanta questões significativas sobre a segurança e as condições de trabalho para os socioeducadores, sugerindo a necessidade de um debate mais amplo sobre as políticas e práticas de segurança nas instituições socioeducativas. A decisão demonstra a complexidade envolvida em se determinar a responsabilidade em ambientes de trabalho que, por sua própria natureza, enfrentam riscos imprevisíveis.
Para mais informações sobre a decisão, consulte o processo nº 0010844-42.2024.5.03.0104.
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Redação
Redação jornalística da Elias & Cury Advogados Associados.