Fachin dispensa exame criminológico por falta de evidências

STF decide que crime sem evidências de gravidade não exige exame criminológico para análise de progressão de regime.

Fachin dispensa exame criminológico por falta de evidências

O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, tomou uma decisão importante ao determinar que o Juízo de Execução Criminal de Ribeirão Preto analise a progressão de regime de um condenado por roubo majorado sem a exigência do exame criminológico. Segundo ele, a classificação da gravidade do crime careceu de base empírica concreta.

A decisão ressalta a necessidade de fundamentação idônea nos casos em que se exige o exame criminológico, destacando que a simples alegação da gravidade do crime, sem elementos específicos, não é suficiente para justificar tal imposição. Fachin apontou que a ausência de avaliações concretas desrespeitou o entendimento da Súmula Vinculante 26 do STF.

Decisão do ministro Fachin

Fundamentação empírica

Fachin baseou sua decisão na ausência de elementos concretos que caracterizassem o delito como de natureza comparável a crimes hediondos. Ele destacou que a imposição do exame criminológico precisa estar amparada em bases factuais, e não apenas em ilações subjetivas ou interpretações genéricas.

De acordo com a Súmula Vinculante 26, o juiz da execução pode exigir o exame criminológico, desde que haja fundamentação robusta e necessidade concreta para tal avaliação. Contudo, neste caso, a decisão de primeira instância foi considerada desprovida de fundamentação idônea, o que levou à intervenção do STF em favor do condenado.

O argumento da defesa

O advogado do acusado argumentou que a realização do exame criminológico não era imprescindível, pois não havia qualquer elemento no processo indicando que o condenado apresentasse periculosidade específica ou risco à sociedade. Diante disso, a decisão de Fachin atendeu à argumentação da defesa, assegurando maior rigor no cumprimento das normas legais e no respeito às garantias processuais.

Implicações e precedentes

A posição adotada pelo ministro Fachin pode estabelecer um precedente relevante, especialmente no que diz respeito à análise da necessidade de exames criminológicos na progressão de regime. Essa decisão reforça o entendimento de que é fundamental a apresentação de elementos concretos para embasar a exigência de tais procedimentos, limitando decisões que utilizem apenas fundamentações genéricas.

Além disso, a decisão pode gerar debates mais amplos sobre o uso de exames criminológicos no sistema penal brasileiro, especialmente em casos envolvendo crimes não classificados explicitamente como hediondos. A medida também evidencia o papel do STF como garantidor do respeito às normas constitucionais e processuais no âmbito da execução penal.

Para acessar a decisão

Confira a decisão completa neste link para o PDF.

Considerações finais

A determinação de Edson Fachin sinaliza a necessidade de maior atenção no processo de execução penal, garantindo que interpretações subjetivas não comprometam direitos dos apenados. A decisão reflete o compromisso do STF em alinhar as medidas processuais às normas constitucionais e ao devido processo legal.

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Redação
Redação jornalística da Elias & Cury Advogados Associados.

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