
O julgamento envolvendo a constitucionalidade do pagamento de honorários de sucumbência a procuradores estaduais foi suspenso após o pedido de vista do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação discute se a remuneração adicional a esses servidores fere o teto constitucional e a regra de subsídio em parcela única.
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Até o momento, o único voto registrado é do relator, ministro Nunes Marques, que considerou os honorários constitucionais, desde que limitados ao teto. No entanto, ele declarou inconstitucionais benefícios como auxílio-livro e auxílio-aperfeiçoamento.
Contexto da ação no STF
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADin 6.198), ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), questiona uma lei estadual de Mato Grosso que autoriza o pagamento dos honorários sucumbenciais a procuradores do Estado. A procuradora-geral Raquel Dodge argumenta que tais valores configuram uma remuneração extra para atividades já incluídas no escopo de atribuições normais do cargo.
A PGR sustenta que isso viola princípios centrais da administração pública, como impessoalidade e moralidade, além de comprometer o regime uniforme de subsídio, previsto constitucionalmente. Segundo a instituição, os honorários de sucumbência são incompatíveis com as normas que limitam os vencimentos de servidores ao teto constitucional.
Voto do relator
O relator, ministro Nunes Marques, destacou que o pagamento de honorários de sucumbência encontra fundamento em legislações e jurisprudência que reconhecem sua legitimidade, desde que respeitado o teto remuneratório. Porém, ele apontou que os auxílios-livro e aperfeiçoamento são inconstitucionais, por representarem vantagens adicionais proibidas para servidores remunerados sob o regime de subsídio.
Sua decisão demonstra a tentativa de preservar a remuneração adicional, ao mesmo tempo em que mantém limites, como a obrigatoriedade de respeitar o teto. Entretanto, com o pedido de vista de Dino, o julgamento segue sem previsão de conclusão.
Impactos do pedido de vista
O adiamento da decisão reflete a complexidade desse debate, que envolve temas sensíveis como princípios constitucionais e regulação da remuneração no serviço público. A situação gera expectativa entre servidores estaduais e pode impactar estruturas orçamentárias estaduais, caso os pagamentos sejam invalidados ou limitados.
O pedido de vista é uma ferramenta do processo judicial que permite maior análise sobre questões levantadas nos votos. Cabe agora acompanhar futuras manifestações do STF sobre o tema.
Para mais detalhes, veja o voto completo do relator.
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Redação
Redação jornalística da Elias & Cury Advogados Associados.